De norte à Sul
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De norte à Sul
Sete mil homens, caminhando, fritando, passando fome, sede e privações de saúde em meados do Agreste alagoano. Todos nós, com um objetivo apenas: fugir da extrema seca que avassalou nossas criações, casas, plantações e, sobretudo, famílias!
Alguns já estão pelo caminho, salgados pelo solo árido e esquentados pelo sol, atraindo urubus. Aves sem coração, que não perguntam sequer a história ou o destino do cadáver. Apenas comem! Indiferentemente de tudo, lutando por sua sobrevivência.
Nossos pés, na maioria descalços e calejados, debulham-se em sangue, ao serem furados pelos espinhos das terríveis carnaúbas. A dor é insuportável e urrante, mas a fraqueza é a pior reação nessas horas.
Os mais ricos entre nós são aqueles montados em burros, ou calçados com sandálias gastas. Mas todos somos indiferentes em relação à secura do Sertão!
Andamos há dias, e ainda não sabemos o quanto podemos demorar, sofrendo e chorando ao lembrar da dor e das imagens fúnebres de nossa sofrida terra que deixamos para trás. Mas a esperança de uma vida melhor nos move e continua a nos dar força.
O que iremos encontrar, ao certo, não sabemos, mas nós descobriremos. Mais cedo ou mais tarde, teremos um ponto final em nosso sofrimento e na nossa caminhada... mas que esse ponto final não sejam os urubus!
Resolvi escrever essa crônica há alguns dias atrás, e eu acho que ficou boa.
Diferente de muitas crônicas, não usei de recursos de humor, e sim de um tema sério, recheado de ironias, que é o êxodo rural.
Alguns já estão pelo caminho, salgados pelo solo árido e esquentados pelo sol, atraindo urubus. Aves sem coração, que não perguntam sequer a história ou o destino do cadáver. Apenas comem! Indiferentemente de tudo, lutando por sua sobrevivência.
Nossos pés, na maioria descalços e calejados, debulham-se em sangue, ao serem furados pelos espinhos das terríveis carnaúbas. A dor é insuportável e urrante, mas a fraqueza é a pior reação nessas horas.
Os mais ricos entre nós são aqueles montados em burros, ou calçados com sandálias gastas. Mas todos somos indiferentes em relação à secura do Sertão!
Andamos há dias, e ainda não sabemos o quanto podemos demorar, sofrendo e chorando ao lembrar da dor e das imagens fúnebres de nossa sofrida terra que deixamos para trás. Mas a esperança de uma vida melhor nos move e continua a nos dar força.
O que iremos encontrar, ao certo, não sabemos, mas nós descobriremos. Mais cedo ou mais tarde, teremos um ponto final em nosso sofrimento e na nossa caminhada... mas que esse ponto final não sejam os urubus!
Resolvi escrever essa crônica há alguns dias atrás, e eu acho que ficou boa.
Diferente de muitas crônicas, não usei de recursos de humor, e sim de um tema sério, recheado de ironias, que é o êxodo rural.
BrunoTaubaté- Membro
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