Lamentações de moribundo.
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Lamentações de moribundo.
Um coração amargurado toma conta do meu ser. Eu, que já não era nem de longe e tampouco de perto, o cara mais feliz do mundo. Vivia agora um momento de insegurança e ao mesmo tempo rebeldia e insanidade, mas na verdade nem mesmo saberia lhe dizer por quê. Escrevendo numa máquina como uma máquina sem me importar com o que estava escrevendo e nem tampouco o que estava dizendo num meu subconsciente e tudo ia se espalhando como uma praga e tomando conta de minha mente e do meu corpo e de tudo o que me envolvia. A minha alma, se eu a tinha, já não existia e não era assim força de expressão. Era verídico. O fato de eu já não sentir as minhas pernas, braços ou o quer que seja. E nem mesmo vento no rosto. Digo isso que ao olhar lá longe, além da varanda eu via as folhas de eucaliptos bailaram num ritmo macabro da dança da morte e me olhavam com um sorriso no rosto que me inquietava amarguradamente. Queria levantar dali e correr para algum outro lugar que não fosse aquele e me desviar para um lugar incomum dos que já havia estado. E morrer, com a morte que havia sido escrito para mim, antes mesmo de eu nascer. Sonhos sofridos e vida estranha. Tudo caminha para um pondo. O ponto final. Aquele que diz que tudo acabou assim como essa vida que se finda...
Autor: Humberto Lopes
Autor: Humberto Lopes
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